Promessas
Por quê as pessoas precisam tanto de promessas de fim de ano? Por quê ao virar meia noite do ano recém nascido mentalizamos tudo aquilo que queremos que aconteça ao longo dos próximos 365 dias? Me pergunto isso porque questiono a mim mesma: isso leva a algum lugar ou é somente uma promessa besta, algo que é tido como tradição de ser feito nessa data em especial?
Tem aqueles que são mais filantrópicos, digamos assim, e pedem a paz mundial, a inexistência da fome, da guerra...e 99% fazem uma lista de objetivos que são descartados no primeiro minuto do ano que chegou. E assim se segue numa linha de raciocínio que chamarei de “A linha da dieta de segunda feira”. As pessoas têm aquela epifania de objetivos tão nobres (ou não) e cumprem a primeira meta: desejá-los. A segunda meta: fazê-los acontecer não acontece justamente pois vão prolongando pra depois, assim como aquela pessoa que precisa ou quer começar a dieta: “Ah, segunda feira eu começo.”
Parece que o ano novo é aquele banho de limpeza, aquela confissão na igreja, você tem a liberdade de começar tudo de novo. Mas isso não vai justamente contra fazer os pedidos? Pois, afinal, no ano que acabou de passar foram feitos outros pedidos em sua virada. Foram eles cumpridos? Foram eles ao menos executados? Ou simplesmente é mais fácil iniciar um novo ano cheio de pedidos que nunca serão cumpridos somente pela “tradição” de fazê-los?
Acho que banalizar tanto seus objetivos acaba por torná-los cada vez mais pobres. A cada ano que entra se fazem novos pedidos, promessas e não importa se são cumpridos, pois dentro de trezentos e poucos dias eles não existem mais. São substituídos pelo estouro dos rojões. São apenas promessas não cumpridas.
Eu não tenho nada a ver com pedido ou promessa de ninguém. As pessoas os fazem e são exclusivos problemas delas, mas penso que cultivar objetivos com a função de atingi-los, de tê-los como meta, é algo muito mais compensador. E nem que seja começar uma dieta, que ela se inicie na quarta feira porque, afinal, o que se quer não espera, não é?
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