Fechando para balanço
Chega o fim de ano e todos começamos a pensar no que foi que fizemos de bom, coisas que aconteceram para nosso benefício ou malefício, basicamente, pensamos em nosso umbigo. Não vou contrariar essa regra mesmo com tantos fatos horríveis nesse fim de 2004.
Voltei da minha viagem familiar de fim de ano e posso dizer que família é como a batatinha que acompanha o hambúrguer: não tem como não pedir e se não vier você sente falta. Analogia besta? Talvez. Mas posso afirmar que as coisas ruins da família continuam as mesmas, em todos seus horríveis detalhes, porém, agora com uma visão de quem fica com os tios tomando cerveja, posso dizer que existe o lado bom. Limitemos isso ao carinho de alguns parentes e só. Ainda creio na máxima “parente é serpente”, mas alguns são somente umas cobrinhas.
Esse ano foi o ano em que perdi meu avô e como diz a outra escritora desse zine, a vida fica menos doce sem os avós. A minha com certeza ficou e ainda dói. A parte boa, digamos, foi me conhecer e saber como lido com a morte. Muito bem, obrigada. O que vem a calhar já que a minha idosa cachorrinha está fazendo hora extra por aqui.
Esse ano foi ano de bater a cara e colocar o pé no chão e descobrir que por mais que a Síndrome de Peter Pan acometa a todos nós, temos que passar por cima dela. Então, estou tentando virar gente grande, como diria meu priminho de quatro anos. Para ele eu já sou gente grande, mal sabe ele que queria mais era ficar jogando vídeo game com ele na sala.
Esse ano foi ano de redescobrir que amigos não ficam com a gente para sempre como queríamos acreditar. Mas ao realizar isso, amigos de outrora se tornam mais próximos e mais amigos. Inversamente proporcional ao tanto que perdemos, mais forte fica a amizade com alguns.
Esse ano foi ano de começar a ler muito mais, a se deliciar em passar horas em feiras de livros, em ir completando a estante com exemplares da área de estudo e outros nem tanto e de começar a escrever aqui. O fato desse fanzine nascer e já durar quase seis meses é de grande felicidade para mim e também para minha caríssima Adriana, co-autora aqui.
Esse ano foi ano de descobrir o que fazer e iniciar os movimentos para que sejam completados no ano que vem. E ano que vem é ano de ser feliz.
Feliz Ano Novo aos leitores do URGENTE e aos próximos que vierem nos acompanhar.
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