Insônia
As pessoas não precisam de muito para se sentir bem. Eu sei que eu não preciso de muito. O meu mínimo necessário é comer bem de manhã, fazer algum tipo de exercício, umas duas horas de não fazer nada desgastante e ao menos nove horas de sono tranqüilo. Eu posso ficar sem comer de manhã, ou sem ir na academia e até mesmo sem minhas duas horas de lazer, mas se eu ficar sem dormir me torno escrava da má disposição.
Assim como hoje: estou acordada há várias horas sendo que algumas delas passei rolando na cama assistindo o dia amanhecer, os passarinhos cantar, a visão ficando nítida no quarto mais claro...e eu esquentando travesseiro. Decido então que meu dia vai ser agora, uma nova visão de mundo essa de manhã, coisa que não tinha desde o colegial. Abro a Folha Equilíbrio (é de ontem mesmo, não tinha lido) e vejo que não dormir engorda. Achei genial. Não basta o meu humor estar péssimo agora sei que vou ficar mais redondinha. Não mais que rápido tomei meu café da manhã, afinal, ao menos essa parte da minha lista de se sentir bem eu iria cumprir.
Mas mesmo assim, não dormir acaba com qualquer um. Eu fico dependente do meu sono e nada, mas nada, faz com que eu me sinta bem. Sempre fui muito fã do ato de dormir, acho essencial e fundamental como sexo e comida e sem minha cama eu não vivo. Não é ser preguiçosa, é ser saudável.
Então, assim como outras necessidades não cumpridas, fico em defasagem o resto do dia, me alimentando de qualquer força que tenha sobrado. É o horror ficar dependente o dia todo desse descanso. Então, depois de passar a noite toda vendo tv, ou na internet ou lendo, passo a manhã e o resto do dia em unidades de tempo tentando ser completadas de forma 100%. Naturalmente que não são.
Como diria Nick Hornby em “Um grande garoto”, meus dias divididos em unidades de tempo ficam demasiadamente compridos sem meu soninho. Embora eu adore as manhãs, não sou fã delas quando as vejo com os olhos vermelhos e as costas doendo, contemplando a cama que não me quer.